20 maio 2008

the very first.

Tinha que vir aqui dizer-te que estou orgulhosa. És a minha primeira amiga a quem pude ver o seu primeiro projecto. O primeiro. E o primeiro de muitos.
Não estavas lá na inaguração, mas foi incrível sentir a tua presença... porque é igualmente incrível como nós arquitectos nos transportamos para pedaços de matéria... e através deles, nos imortalizamos. É uma criação nossa. Somos nós que estamos ali, para sempre. E tu estavas ali.
Gostei muito do espaço porque se cinge em linhas e cor puras. Estas linhas concentram-se no essencial, simplificando o espaço: volumes claros, rectos, com painéis de vidro que seccionam as várias temáticas, e ao mesmo tempo permitem a leitura geral do espaço, transmitindo a informação que é necessária. O toque especial é dado pelo jogo dos painés de parede com o sistema de luzes. Muito claro, simples, sublinhado pelo mérito da autora. :)
Parabéns Babs! :)
ps_ claro que a inauguração correu muito bem... e mais não digo! lol
Localização: Loja de Autor, Rua do Almada, 29. Porto.

19 maio 2008

eu e o meu defeito

"o entusiasmo com que vou sempre ter contigo...às vezes, bate no muro do teu humor" Tenho um defeito. Sou bem disposta por natureza. E por necessidade. Venha ao mundo o maior dos problemas e eu preciso de rir sobre ele... tragam-me a conversa mais ironicamente inteligente, que brinque sobre alguém, que brinque sobre mim, que eu fico ali, horas, a desfrutar. O que mais gosto é de usar as palavras de uma pessoa contra ela própria. E que o façam comigo. Com inteligência. Com humor. Com sincero prazer de me fazer sorrir... ver o brilho dos olhos de alguém que ri pela maior estupidez que eu disse é um prazer único. Nunca ninguém entende o que sinto, como estou verdadeiramente. Não sou transparente, eu sei. Não sei se alguma vez deixarei de o ser. Apenas quero que guardem essa imagem de mim, de alegria [quando no fundo estou...]. É quase uma necessidade absoluta, de certeza, de intimidade. Apenas, de carinho. Mas, o que às vezes é uma qualidade - o humor permanente -, outras vezes, torna-se um defeito: um vício. Sem o "teu" riso, fica frio. Congelo e fico sem o meu mar de motivações. M.

14 maio 2008

lição da noite

"Sometimes... You have to make a big mistake to figure out how to make things right." Grey's.

13 maio 2008

vídeo faupesco | Cinema & Architecture

Vídeo caseirinho e resultado final de um workshop: "Cinemarchitecture", de um faupesco. A música é original. Parabéns Fran.

Shot on location: FAUP _ casa onde vivo, ou melhor, onde mal vivo!

12 maio 2008

366 oportunidades

Cada dia é uma oportunidade.

conversa inteligente

ela_ : Ontem soube que o meu ex está a pensar ir para Inglaterra próximo mês. Tive uma sensação estranha. Coisa estúpida. Aquela sensação de não o voltar a ver. Não tem nada a ver com a "coisa" estar resolvida, pois não? Diz-me tu que sabes disto.. "alguém"_ : A coisa só está resolvida quando o teu coração encher outra vez. É como uma garrafa de sumo. Só deixa de saber a sumo quando tiver outro sabor mais forte lá dentro...

09 maio 2008

o sonho dos outros, e o meu

Intitula-se: "O sonho dos outros", esta grande peça de Mário laginha e Bernardo Sasseti, a três pianos.

Tenho saudades... de cada som, do movimento, do adagio e do allegro. Tenho saudades do compasso. Da melancolia. Das notas que transporto para as minhas mãos... Um dia volto.

02 maio 2008

uma "simples" resposta

Não sei porque tenho andado a perseguir Miguel Esteves Cardoso, acho que estou a criar uma comiseração pela escrita dele que ainda não percebi. Aliás, não quero perceber, senão ainda me apaixono pelo homem. Começo por desgostar, depois gosto e acabo por encontrar escritas pelas quais me apaixono. Primeiro estranha-se, depois entranha-se...
Este texto abaixo já o tinha lido. Mas de raspão. Como quem não quer a coisa. E não queria mesmo. Por simplesmente nem sempre ter pachorra para ler textos sobre o Amor. E só à segunda leitura é que percebi. Percebi o quão realista e moral é.
A verdade é que encontrei nele respostas que queria há algum tempo. E agora "as coisas" fazem sentido. Melhor resposta às minhas perguntas não poderia encontrar.....
Elogio ao Amor, Jornal Expresso - 2005. Miguel Esteves Cardoso.
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi enamorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, sãouma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nascostas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como nãopode. Tanto faz. É uma questão de azar.O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio,não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não sepercebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor éa nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."